18 de nov. de 2008

Rennó entrevista Marcos André Carvalho Lins, poeta

"há poetas demais no escuro" - Alberto Infante, Diário Austral.

"críticas não são pertinentes, são arte, eu sou uma artista!" - Barbara Woolfer, Revista de Cinema.

"uma das revelações do site Overmundo!" - Oscar & Pablo, Caderno Cultural.

"delicadeza, inocência e alma de trovador." - Clarice Flor, Suplemento Palavra.

"viva o grande poeta, abracadabra!" - Anônimo, Fã Clube.

"jovens e pretensiosos..." - Poeta Anônimo, Clube de Literatura dos Corações Solitários do Sargento Carrero.


O poeta Marcos André Carvalho Lins, recifense, é um dos poetas mais lidos do site Overmundo, também é integrante de um movimento cultural intitulado "abracadabra".

Júlio Rennó: Se fosse possível, você viveria com o ofício de poeta?

Marcos: Sim, e me daria por muito satisfeito. Mas vale lembrar que o poeta não faz apenas versos, e põe letras no papel. O verdadeiro poeta põe letras na vida, doma a existência, e isso é que é fascinante em ser poeta, apossibilidade de agir com apenas uma caneta ou um teclado, agir através das metáforas, dentro e fora doambiente social , ou seja, o poeta tem que ter a letra dentro de si, também.

Rennó: Você já recebeu alguma crítica violenta? Ou gentileza, às vezes, pode machucar mais?

Marcos: Nunca. Mas não me importo com o que me machuca ou não vai me machucar, todas as críticas são pertinentes dentro do contexto em que se inserem.

Rennó: Você já lançou algum livro com poemas seus? Qual o último livro de poemas que você comprou?

Marcos: Lancei um livro de prosa poética. Um livro que encerra pedaços de vida de um maneira leve e , até certo ponto, com lirismo, da mesma maneira que começou: a partir do zero quase absoluto. Digo quase porque sempre há uma parte de nós mesmos em cada linha escrita.
Mas tentei criar uma obra de ficção, muito embora muitos (entre estes eu) tenham percebido que havia muito de mim (da minha vivência interior e exterior) em toda a obra. Em demasia, eu diria.

Não lembro qual o último que eu comprei, faz muito tempo, mas troquei um livro meu com um livro de JJ Leandro há algum tempo( pelo correio ), chama-se “Quase ave”.

Rennó: Você publica os seus poemas, constantemente, e com grande aprovação, no site Overmundo. Já pensou em publicar um livro inteiro?

Marcos: Pensar não paga imposto, ainda.rs. Mas não tenho essa pretensão, editar um livro dá muito trabalho, eu tenho material inédito para compor um segundo livro, porém, sinceramente, eu prefiro me ocupar com coisas mais importantes. Não que publicar um livro físico não seja significativo, mas há tantos versos a serem escritos ao vento por que detê-los, aprisioná-los no papel?

Talvez na maturidade, um pouco mais adiante, deseje colecionar novamente contos ou versos e publicá-los. Atualmente me ocupo, como disse acima, com as letras da vida real.

Publico no Overmundo para poder respirar, como qualquer poeta, uma necessidade primária do poeta é escrever, mas principalmente para colaborar, à minha maneira, com o que acho uma iniciativa espetacular e sem precedentes. Tem muita gente boa sem espaço nas livrarias e que publica no Overmundo (e o melhor , é lido!).

Um poeta vivo, um poeta morto e um livro para salvar da fogueira por Marcos André Carvalho Lins.

JJ Leandro e Benny franklin, ambos, pra mim, dessa geração, da poesia, digamos, “digital” são incomparáveis. O primeiro pela sagacidade como retrata do cotidiano, aos mais inóspitos rincões da alma humana. O segundo devido à maneira como se coloca diante das palavras (e diante da vida!), com um domínio sem igual.

Um poeta morto. Também citaria dois, caindo um pouco na vala do lugar comum: Drummond e Fernando Pessoa. Drummond é o remédio amargo para a alma, e Pessoa, a contemplação do mundo em Pessoa.

Um livro. Nenhum. Os livros são passageiros, fugazes e efêmeros; as idéias sim, estas são transcendentes e eternas. Pode-se jogar na fogueira uma biblioteca inteira mas se, para isso, tiver de se queimar um único ser e suas idéias, melhor não fazê-lo. Os livros pertencem ao homem , as idéias à humanidade.

Também em:

* Outras Críticas;
* Overmundo.

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