11 de out. de 2008
Cartola - 11-10-1908 (100 Anos)
Acontece
(Cartola)
Esquece nosso amor vê se esquece
Porque tudo no mundo acontece
E acontece que já não sei mais amar
Vai chorar vai sofrer
E você não merece
Mas isso acontece
Acontece que meu coração ficou frio
E nosso ninho de amor está vazio
Se eu ainda pudesse fingir que te amo
Ai se eu pudesse
Mas não quero, não devo fazê-lo
Isso não acontece
Alegria
(Cartola)
Alegria
Era o que faltava em mim
Uma esperança vaga
Eu já encontrei
Pelos carinhos que me faz
Me deixa em paz
Não te quero ver
Para nunca mais
Eu sei
Que teus beijos e abraços
Tudo isso não passa
De pura hipocrisia
Já que tu não és sincera
Eu vou te abandonar
Um dia
Alvorada
(Cartola/Carlos Cachaça/
Herminio Bello de Carvalho)
Alvorada
Lá no morro que beleza
Ninguém chora não há tristeza
Ninguém sente dissabor
O sol colorindo é tão lindo
É tão lindo
E a natureza sorrindo
Tingindo, tingindo
Você também me lembra a alvorada
Quando chega iluminando
Meus caminhos tão sem vida
E o que me resta é bem pouco
Quase nada
Do que ir assim vagando
Numa estrada perdida
Amor Proibido
(Cartola)
Sabes que vou partir
Com os olhos razos d'água
E o coração ferido
Quando lembrar de ti
Me lembrarei também
Deste amor proibido
Fácil demais fui presa
Servi de pasto em tua mesa
Mas fiques certa que jamais
Terás o meu amor
Porque não tens pudor
Faço tudo para evitar o mal
Sou pelo mal perseguido
Só me faltava era esta
Fui trair meu grande amigo
Mas vou limpar a mente
Sei que errei, errei inocente.
Autonomia
(Cartola)
É impossível nessa primavera eu sei
Impossível pois longe estarei
Mas pensando em nosso amor
Amor sincero
Ai, seu eu tivesse autonomia
Se eu pudesse gritaria
Não vou não quero
Escravizaram assim um pobre coração
É necessário a nova Abolição
Pra trazer de volta a minha liberdade
Se eu pudesse gritaria amor
Se eu pudesse brigaria amor
Não vou, não quero
Beijos
(Cartola)
Beijos,
Ainda quero mais beijos teus
Beijos,
Para satisfazer os meus
Beijos,
Nem que sejam de falsidade
Beijos,
Melhor que se fossem de verdade
Assim não dá
(Cartola/Evandtro Bóia)
Assim não dá, não dá não
Não vai dar meu irmão
É doutor presidente
Doutor secretário
Doutor tesoureiro
Só quem não é seu doutor
É aquele pretinho
Que varre o terreiro
Qem manda na bateria é uma madama
Filha de magistrado
Vai dirigir a harmonia
Me disse o compadre
Que já está combinado
Já houve lá um concurso
Pra quem bate surdo
Tamborim e pandeiro
Eu fiz tanto esfôrço
Mas acabei perdendo
Pra um engenheiro
Fiz um samba lindo
Botei no concurso
Fui desclassificado
Por hunanimidade
Disseram que os versos
Eram de pé quebrado
Cadeira Vazia
(Cartola/Nuno Veloso)
Eu quisera esquecer o passado
Eu quisera mas sou obrigado
A lembrar o grande Noel
Ainda resta a cadeira vazia
Da escola de filosofia
No bairro de Vila Isabel
Professores trilham seu caminho
Dentre eles destaco Martinho
Mas nenm todos, nenhum,
nem ninguém
A você se chegou
Eu também agora prossigo
Esse grande trabalho
Não sei se o baralho
Deu trunfos demais pra você
Nem cartas poucas para mim
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