Confesso!
-Não sou escritor,
não domino as letras,
e nunca vivi das
palavras.
Não faço rimas,
nem canto versos
e nunca me embriaguei
com esse tal de
absinto.
Sou só um admirador
que cansou das vielas
do admirar.
Sou um tolo apaixonado
que só tem talento para
se apaixonar.
Pego caneta.
Coço a suada cabeça.
Olho por horas a
brancura angustiante do papel
e... nada!
Acendo um cigarro,
lanço a fumaça no caos do
espaço
com a ira de um
foguete a fragmentar
E... nada!
Encerro o esforço
ocioso
fracassado a me
perguntar:
Aonde está toda tinta
do meu sentimento?
Aonde permanece em mim
esse ser poeta?
Não o encontro,
não o vejo,
mas sinto como uma
picada de escorpião
tendo seu veneno acre a me cegar,
lacrando a minha alma com angústia
de um dia poder registrar
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