Eu vejo
braços, pernas e cabeça.
A abóbada
das carnes jovens.
A força nas
vias dos segundos
e algo que
não compreendo.
Eu vejo a
boca
e não olho
mais os olhos,
não mais
vejo o medo,
não mais
percebo a dor,
e, assim,
não mais o amo
como deveria
amar.
Mas algo
deixei de ver.
O quê?
A insônia,
o ronco
alto,
a apneia de
uma noite longa
a se
transformar em agressão diurna?
Eu digo
“chega!”,
“vá
embora!”...
E alguém
que amo
se perde no
verbo atroz
de um
coração cego,
de uma alma
pouca,
que confiou
nos olhos
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