Photo Credit: Agência de Notícias do Acre (Flickr) |
A professora R.A.A.B. tem 10 anos de ensino. Trabalha com crianças de 5 à 12 anos na rede Estadual de Pernambuco. Busquei, pois essa era a tarefa que pretendia realizar, abordá-la a respeito de Políticas Educacionais que o Estado de Pernambuco realiza na escola pública, especificamente, no universo onde ela trabalha. Contudo, não procurei fazer isso de forma formal, não explicitei que aquela conversa era uma entrevista para um pequena resenha.
O primeiro passo foi: não levar a academia para o nosso diálogo. Não utilizei termos e conceitos tão elaborados e complexos, mas busquei fluir o assunto naturalmente, ou seja, da melhor forma de se apreender um objeto.
Pude perceber, ao longo de nossa conversa, que a jovem professora desconhecia os mecanismos que uma política educacional presta aos seus integrados. A sua fala mais denunciou um problema que vem se agravando: os professores desconhecem, em boa parte, que há uma política educacional, mas essa política permeia o universo da abstração. O que permite outro tipo de política se fincar na esfera da realidade: a política da alienação. Pois entendemos que, o sujeito que não está munido de consciência, não pode assumir a responsabilidade de superar as dificuldades que é engendrada por um sistema explorador e cruel. Tornando aquele ser condenado à submissão.
Dessa maneira, podemos compreender um pouco o pensamento de Karl Marx. Para o velho alemão, o sujeito fabril seria o sujeito único e histórico da revolução, desprezando, então, todas as categorias das classes exploradas, da mesma forma como a classe dos professores. O sujeito fabril, na visão de Marx, seria único capaz de patrocinar a revolução, e assim, exterminar a essência do “mal” da sociedade burguesa e a sua própria razão de existir.
Entendemos que a relação escola/professor está ancorada num viés de aflição. Mesmo apesar de haver regras que possibilitariam um melhor desenvolvimento escolar, essas regras são ignoradas ao ponto de habitar o submundo do esquecimento.
Assim, só é possível entender essa situação de forma platônica, onde a abstração é independente do mundo real. Há conceitos e termos que poderiam engrandecer essa viela sufocante que é a educação do nosso país, mas a alienação não permite haver uma chance para mudança. Não há uma conscientização plena e nem mesmo naqueles que poderiam ser o estandarte da mudança. A história escoa nas mãos do professor que não conhece as teias complexas que se tange a educação. Mas entendemos que o professor não é um agente passivo e vazio, mas pertence a classe explorada e por isso também um sujeito que poderia e deveria fazer a história.
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