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26 de abr. de 2012

Perigo em ser virtual

Passei a pensar nisso: O quanto somos inúteis quando desistimos do aspecto real e passamos bizarramente à trafegar num mundo virtual. Porém, confesso, que há grandes conquistas no meio dos facebooks, orkuts, blogs e outros. A informação é rápida, às vezes, verdadeiras e de alguma importância. Porém, também percebo, há muita besteira. Mas há algo na besteira que encanta, e encanta por ser besteira. E não dá para censurar sem ser um pouco hipócrita. Pois somos, em certa medida, meio tolos.

Mas não escrevo no afinco de condenar ou absorver a internet.  Ela se condena e se absorve o tempo todo. Preocupo-me com os radicais do espaço virtual. Num dia desse, li a respeito de um garoto americano que ficou gravemente doente por causa do Facebook. Ele até escreveu que o fundador do Face era discípulo do Satanás. Achei engraçado e muita gente o leu assim. Mas, o aspecto geral do seu texto, denunciava a influência de algum transtorno. O excesso de internet havia tocado a sua saúde mental.

Bem, o excesso de internet vem tocando a saúde mental de muita gente. Quando deixamos de viver a vida real e passamos a absorver conteúdos abstratos de forma indiscriminada, perdemos, assim, o contato com a realidade. Seria interessante que procurássemos uma atividade que fosse também física. Quem sabe ser voluntário de alguma instituição pública, com o intuito de ajudar um bando de gente necessitada. Ajuda para aprender a ler, ajuda para comer, ajuda para construir moradias, ajuda para obter cobertores e etc. A experiência sempre é positiva.

Ser jovem é estar sempre em ação. Vocês já viram algum arquétipo de jovem com cadeira de rodas, andador, bengala? Eu não! A imagem que se vende do jovem é sempre a do desbravador. Pois o jovem é um desbravador e tem que continuar assim. Por que o medo, por quê não toma esse mundo e busca modificá-lo?

Ontem foi dia de paralisação dos professores, porém deveria ter alguma passeata de estudantes, isso não ocorreu. Até parece que os professores são de outra "raça" e que a luta dos mesmos não nos pertence. Errado! A luta do professor, é também as luta do estudante, do ex-estudante e etc. E não dá para ser uma luta virtual, tem que ser real, tem que ter cara, tem que ter ação da massa que compreende o valor da educação. Informação??? Informação posso obter na internet, mas FORMAÇÃO só as escolas estão aptas a dar.

Porém, deixo essas linhas entendendo que, para uma minoria, o professor não deve ser bem remunerado, pois sua ação é inútil e sem sentido. O povo está condenado a opressão, e por isso, condenados a falta de formação. Mas quem pensa assim? Há esse sujeito? Ele se encontra sempre bem acompanhado com governadores, prefeitos, deputados. Mas quem é ele??? Ele é alguém que devemos combater, pois manda no Estado, patrocina a ignorância e oprime o povo em todo sentido. Quem é ele? As vezes o chamam de "Capitalismo". E esse bicho não é virtual...

12 de abr. de 2012

O estandarte da mudança

Photo Credit: Agência de Notícias do Acre (Flickr)
A professora R.A.A.B. tem 10 anos de ensino. Trabalha com crianças de 5 à 12 anos na rede Estadual de Pernambuco. Busquei, pois essa era a tarefa que pretendia realizar, abordá-la a respeito de Políticas Educacionais que o Estado de Pernambuco realiza na escola pública, especificamente, no universo onde ela trabalha. Contudo, não procurei fazer isso de forma formal, não explicitei que aquela conversa era uma entrevista para um pequena resenha.

O primeiro passo foi: não levar a academia para o nosso diálogo. Não utilizei termos e conceitos tão elaborados e complexos, mas busquei fluir o assunto naturalmente, ou seja, da melhor forma de se apreender um objeto.

Pude perceber, ao longo de nossa conversa, que a jovem professora desconhecia os mecanismos que uma política educacional presta aos seus integrados. A sua fala mais denunciou um problema que vem se agravando: os professores desconhecem, em boa parte, que há uma política educacional, mas essa política permeia o universo da abstração. O que permite outro tipo de política se fincar na esfera da realidade: a política da alienação. Pois entendemos que, o sujeito que não está munido de consciência, não pode assumir a responsabilidade de superar as dificuldades que é engendrada por um sistema explorador e cruel. Tornando aquele ser condenado à submissão.

Dessa maneira, podemos compreender um pouco o pensamento de Karl Marx. Para o velho alemão, o sujeito fabril seria o sujeito único e histórico da revolução, desprezando, então, todas as categorias das classes exploradas, da mesma forma como a classe dos professores. O sujeito fabril, na visão de Marx, seria único capaz de patrocinar a revolução, e assim, exterminar a essência do “mal” da sociedade burguesa e a sua própria razão de existir. 

Entendemos que a relação escola/professor está ancorada num viés de aflição. Mesmo apesar de haver regras que possibilitariam um melhor desenvolvimento escolar, essas regras são ignoradas ao ponto de habitar o submundo do esquecimento. 

Assim, só é possível entender essa situação de forma platônica, onde a abstração é independente do mundo real. Há conceitos e termos que poderiam engrandecer essa viela sufocante que é a educação do nosso país, mas a alienação não permite haver uma chance para mudança. Não há uma conscientização plena e nem mesmo naqueles que poderiam ser o estandarte da mudança. A história escoa nas mãos do professor que não conhece as teias complexas que se tange a educação. Mas entendemos que o professor não é um agente passivo e vazio, mas pertence a classe explorada e por isso também um sujeito que poderia e deveria fazer a história.