10 de abr. de 2012

Miguel de Cevantes e Lars Von Trier

Lars Von Trier -Melancolia

Depois de ler muitas críticas destinadas ao filme "Melancolia", do polêmico Lars Von Trier, pude perceber que para cada crítico havia um filme diferentemente do demais. Mesmo aqueles que só se preocupavam com uma Sinopse sem sal, havia um filme que não correspondia com a película que assisti. O que me levou a crer que todos eles não concordavam em relação à maioria dos aspectos fundamentais da obra. Até mesmo o próprio Lars Von Trier tem na sua mente um filme que não corresponde com as demais críticas. E isso, na verdade, não é nada que chame a atenção, pois essa obra tem as mesmas características de outra obra, de uma obra que não é cinematográfica, mas literária. Estou falando da obra de Miguel de Cervantes: "D. Quixote".

A genial Obra de Miguel de Cervante está destinada a inúmeras possibilidades de interpretação. E isso é devido a esperteza do seu autor, que ao longo da história buscou trabalhar temas universais, mas não com intuito de dar um desfecho limitador, uma solução simplista para cada temática. Assim, cada leitor  de D. Quixote passa a ser um pouco reinventor de D. Quixote.

É dessa maneira que eu vejo o filme "Melancolia". Um filme que não está limitado pelo seu autor, e por isso, está em permanente reinvenções. Principalmente quando o telespectador tem uma leitura filosófica específica. Você pode interpretar a luz dos escritos de Nietzsche, de Heidegger, de Platão, de Aristóteles e etc. No final haverá um filme novinho em folha que somente você assistiu. E ao comentar com os outros que também viram a película, estará se arriscando parecer um lunático. E essa é, com certeza, a maior grandeza do filme, pois trata de dicotomias que percorreram séculos e que ainda causam assombrosas preocupações em pensadores rigorosos. Ou seja, vale a pena assistir!!!


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