O primeiro escrito acadêmico que Marx produziu foi a tese a respeito dos movimentos possíveis dos átomos descrito nas obras de Epicuro e Demócrito, "A diferença entre as Filosofias de Demócrito e Epicuro" . Naquele momento, o jovem hegeliano, encantado pelo efeito da Revolução Francesa, pretendia obter simplesmente o seu doutorado em filosofia. Porém, viu uma possibilidade de praticar seus conhecimentos, principalmente seu conhecimento em torno da obra de Hegel, na problemática levantadas pelos gregos.
Epicuro admitia que os átomos no vazio executavam três movimento. Um dos movimentos era o de linha reta: os átomos seguiam uma trajetória de cima para baixo devido ao seu peso. O segundo era o de desvio: os átomos desviavam para não colidir com os demais. E o terceiro movimento era o de repulsão de diversos átomos entre si. E por isso podemos dizer que Epicuro é dogmático e considerava o mundo como fenômeno objetivo. Para Marx, Epicuro despreza o empirismo. "Encarna o repouso do pensamento que encontra satisfação em si mesmo, a autonomia que cria o seu saber a partir de um princípio interno". Ainda podemos dizer que Marx via em Epicuro um sujeito que percebia a natureza apenas o acaso e seu modo de explicar tende a ser autossuficiente.
Demócrito não admitia o segundo movimento. Ele era cético e por isso considerar o mundo sensível como aparência subjetiva. Para Marx, Demócrito "dedica-se à ciência empírica da natureza e aos conhecimentos positivos, e representa a inquietude da observação que experimenta, apreende e erra pelo mundo". Marx ainda defende que Demócrito considera o ponto de vista da necessidade e por isso buscou explicar e apreender a existência real das coisas.
Demócrito não admitia o segundo movimento. Ele era cético e por isso considerar o mundo sensível como aparência subjetiva. Para Marx, Demócrito "dedica-se à ciência empírica da natureza e aos conhecimentos positivos, e representa a inquietude da observação que experimenta, apreende e erra pelo mundo". Marx ainda defende que Demócrito considera o ponto de vista da necessidade e por isso buscou explicar e apreender a existência real das coisas.
O que Marx buscou argumentar com esses pensadores foi em favor da liberdade espelhada na obra "Fenomenologia do Espírito" de Hegel e por isso ele irá defender as ideias de Epicuro. O jovem Marx não percebia atuando no desenvolvimento da sociedade uma necessidade determinada por leis naturais. Via nas ideias de Epicuro a possibilidade de defender a liberdade e por isso, para Marx, essas ideias eram autossuficientes. Assim podemos notar que, na ótica do velho comunista, Epicuro possuía um valor mais elevado que Demócrito. As ideias de Demócrito, para Marx, eram deterministas. Marx rejeita que a busca reflexiva seja feita através de um simples positivismo, como também afirma a necessidade de um princípio construtivo da realidade baseada na própria autonomia do pensamento, ou seja, a liberdade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário