17 de nov. de 2010

Como a possibilidade das ações virtuosas, na Ética de Aristotélica, está fundamentado na constituição da alma (psique) humana?

As virtudes dianoéticas são virtudes que se referem apenas à função racional ou intelectiva. Trata-se da areté ou da excelência e perfeição da alma racional. Elas existem em potência na alma racional e cada uma delas será atualizada para realizar a plenitude de sua forma passando de aptidões potenciais a disposições atuais constantes adquiridas.

As virtudes dianoéticas conduzem o homem para o conhecimento de verdades imutáveis e para o sumo Bem, tanto para aplicá-lo à vida concreta: a sabedoria. Tanto para fim puramente contemplativo: a sapiência. A virtude dianoética deve a sua origem e desenvolvimento à instrução, razão pela qual requer paciência e tempo. Em relação a sabedoria e a sapiência, é característico o fato de que os seus extremos não representam nada de negativo, mas, ao contrário, quanto mais elevado o seu grau, tanto maior é o seu valor.


Já a virtudes éticas vale a reivindicação da regra do meio termo. A virtude ética deriva do hábito. É bom lembramos que o seu objetivo consiste na sujeição dos instintos naturais à racionalidade. A vida da alma não pode ficar desvinculada de maneira alguma com o instinto. Deve, contudo, ser mantido dentro dos limites em que a sua atuação é positiva. Por exemplo, a virtude da coragem depende das circunstâncias pessoais e dos condicionamentos exteriores que afetam o agente. A coragem do soldado será algo diferente da coragem do civil, e em tempo de paz a coragem deve ser algo diferente do que nas condições terríveis do tempo de guerra. Por isso deve-se admitir uma certa relatividade na valorações morais no campo das virtudes éticas.

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