23 de fev. de 2010
O meu Nirvana
No alheamento da obscura forma humana,
De que, pensando, me desencarcero,
Fui que eu, num grito de emoção, sincero,
Encontrei, afinal, o meu Nirvana.
Nessa manumissão schopenhaueriana,
Onde a Vida do humano aspecto fero
Se desarraiga, eu, feito força, impero
Na imanência da idéia Soberana.
Destruída a sensação que oriunda fora
Do tato – íntimo antena aferidora
Destas tegumentárias mãos plebéias-
Gozo o prazer, que os anos não carcomem,
De haver trocado a minha forma de homem
Pela imortalidade das idéias!
Augusto dos Anjos.
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