8 de jun. de 2012

Descendo o Rio Capibaribe





Descendo diariamente pelas águas do Rio Capibaribe, na busca de uma alegria sintetizada em um único dia, eu nada disso pensava impondo minha energia nas águas escuras de uma maré que ainda pulsava. O remo invadia inúmeras vezes a água salobra como uma engrenagem irracional. E um garoto miúdo expelia sua voz em ordem de comando: Ataca! Ataca!... O suor escorria torrencialmente pela camisa e uma lancha trazia um observador atento. Mas o que realmente me ligava era o som que minha memória não permitia extinguir de três bandas nacionais. Bandas que pouco havia espaço nas transmissões radiofônicas, mas sempre tínhamos aquelas velhas fitas cassetes tão gastas com as regravações contínuas. 

Para mim, só havia mesmo essas três bandas na orbe terrestre: Titãs, Legião e Paralamas. Não era dado as bandas estrangeiras e nem as outras bandas nacionais. E naquele tempo em que remava nas monótonas águas do Rio Capibaribe, o que era legal estava relacionado com essas bandas. Saudades desse tempo... Saudades do remo...

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