Mostrando postagens com marcador naútico. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador naútico. Mostrar todas as postagens

28 de abr. de 2012

Paz ao meu desconhecido


Amanhã haverá uma grande partida de futebol no Estado de Pernambuco. Estou falando do clássico Sport e Naútico. Nesse momento, a segurança pública deve estar reunida a elaborar medidas para coibir a violência. Porém, a segurança pública, o governador, a defesa civil, todos eles iram falhar feio. Na verdade, sempre irão falhar. E não digo isso por puro pessimismo, que me parece ser uma qualidade em certos momentos, mas vejo que o problema se encontra nas paixões e nas frustrações de uma vida oprimida. Quando esses elementos são alimentados pela exposição excessiva da mídia e pela falta de uma educação de qualidade, torna um esporte tão emocionante em campo de barbárie.

Amanhã, no final do jogo, haverá uma guerra. Sim! Haverá uma guerra. E o resultado...? Quem ganhou, quem perdeu, isso não importa. E nem importa se vai haver jogo ou não. O jogo em si é só um pretexto para alguém extremamente frustrado ferir um inocente ou um semelhante.

Mas, o que eu quero dizer é que amanhã haverá uma guerra. Se um xingamento tivesse o poder de modificar o outro, não haveria mais marginais nas nossas celas. E toda essa violência é para mostrar que alguém se enganou de time? Imagina! Ninguém muda de lado quando é ofendido. Então, para quer xingar o outro? Já disse, amanhã haverá uma guerra.

Porém, gosto de futebol. Gosto de ver uma partida e sei que o outro, aquele com cores diferentes da minha, também gosta. Mas é impossível conhecê-lo, pois ele se encontra longe demais dos meus pensamentos. Contudo, a minha consciência não. Ela se encontra aqui, ela está em todos os lugares aonde vou. E mesmo percebendo essa distância atroz, essa distância que faz com que o outro seja um sujeito eternamente desconhecido, reconheço certos aspectos. Por exemplo, a dor. Ele sente dor e a dor é um sentimento horrível e tudo que é horrível se chama dor ou dela pertence. Por isso, não desejo dor aquele sujeito que se encontra com seus amigos e sua família curtindo uma partida de futebol. Desejo paz, quero paz, para viver com ela todo momento, para ter a possibilidade de ser feliz, para um dia não mais pedir paz.