9 de out. de 2012

A interferência de outra pessoa no desempenho do indivíduo.

Posso dizer que a interferência de outra pessoa no desempeno do indivíduo é o tema central dentro da concepção de Vygotsky, um pensador extremamente preocupado com a apredizagem. Como também acreditava o filósofo Hume, bem antes de Vygotsky, conhecemos a partir das experiências sensíveis. O homem conhece através dos sentidos, são através deles que provêm as ideias. Vygotsky acreditava nessa concepção e a partir disso elaborou suas reflexões que nos remete a psicologia ligada diretamente a educação.
 

Ele irá mostrar que o outro é tão importante para o sujeito que é ele, esse elemento externo, o responsável por possibilitar o despertar dos processos internos. Ou seja, o desenvolvimento, como acreditava também Hume, é de fora para dentro. Sem essa interferência, esse suporte, o sujeito não desenvolveria plenamente. Diferente de outros pensadores nessa área, Vygotsky acreditava que o sujeito desenvolve porque aprende e essa mudança dos fatores indica a importância do papel do “outro social”. 
 
A criança dentro de uma sociedade que não desenvolveu a escrita e a leitura, jamais poderá executar essas tarefas, pelo menos, não plenamente como acontece nas sociedades que desenvolveu a escrita e a leitura. O outro é um agente contínuo de informação, cultura e história. É essencial para o processo de construção do ser psicológico individual. O filósofo Levinás acreditava tanto na figura do outro que só era possível estabelecer uma ética plena se ela fosse construída a parti dessa figura. É preciso responsabilidade extrema quando estivermos nesse papel, pois, acredito também nisso, todo indivíduo carrega em si sombras de milhares de outros. Entender, por exemplo, a concepção de zona de desenvolvimento proximal e entender que podemos matar a criatividade e autoestima das nossas crianças. É entender que a escola pode ser um local de desenvolvimento, mas também entender que pode ser uma fábrica de moer gente.

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