Posso dizer que a interferência
de outra pessoa no desempeno do indivíduo é o tema central dentro
da concepção de Vygotsky, um pensador extremamente preocupado com a
apredizagem. Como também acreditava o filósofo Hume, bem antes de
Vygotsky, conhecemos a partir das experiências sensíveis. O homem
conhece através dos sentidos, são através deles que provêm as
ideias. Vygotsky acreditava nessa concepção e a partir disso
elaborou suas reflexões que nos remete a psicologia ligada
diretamente a educação.
Ele irá mostrar que o outro é
tão importante para o sujeito que é ele, esse elemento externo, o
responsável por possibilitar o despertar dos processos internos. Ou
seja, o desenvolvimento, como acreditava também Hume, é de fora
para dentro. Sem essa interferência, esse suporte, o sujeito não
desenvolveria plenamente. Diferente de outros pensadores nessa área,
Vygotsky acreditava que o sujeito desenvolve porque aprende e essa
mudança dos fatores indica a importância do papel do “outro
social”.
A criança dentro de uma
sociedade que não desenvolveu a escrita e a leitura, jamais poderá
executar essas tarefas, pelo menos, não plenamente como acontece nas
sociedades que desenvolveu a escrita e a leitura. O outro é um
agente contínuo de informação, cultura e história. É essencial
para o processo de construção do ser psicológico individual. O
filósofo Levinás acreditava tanto na figura do outro que só era
possível estabelecer uma ética plena se ela fosse construída a
parti dessa figura. É preciso responsabilidade extrema quando
estivermos nesse papel, pois, acredito também nisso, todo indivíduo
carrega em si sombras de milhares de outros. Entender, por exemplo, a
concepção de zona de desenvolvimento proximal e entender que
podemos matar a criatividade e autoestima das nossas crianças. É
entender que a escola pode ser um local de desenvolvimento, mas
também entender que pode ser uma fábrica de moer gente.
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